Uma administração com quase dois anos, com resultados pífios e altos índices de impopularidade.
A opção de mudança do teresinense na última eleição foi desastrosa e não faltam exemplos que confirmem a inoperância da atual gestão.
Buracos por toda a cidade, obras inacabadas, promessas não cumpridas, agravamento da crise do transporte público, falta de diálogo com várias categorias de servidores e mudanças permanentes na equipe administrativa.
Pouco tempo depois de vencer as eleições, Dr. Pessoa entrou em litígio com o seu partido, o MDB, fundamental para sua vitória nas urnas. Com declarações polêmicas, ou melhor, sem nexo, colocou um ponto final na sua relação com o partido.
Foi a Brasília e veio com o REPUBLICANOS na bagagem. Colocou o filho como presidente da legenda, mas foi o presidente da Câmara Municipal de Teresina, vereador Jeová Alencar, que articulou toda a estruturação do partido para a eleição deste ano. Sem ele, seria mais um fiasco para a coleção do chefe do executivo municipal de Teresina.
Nos últimos meses, ele tem dedicado boa parte do tempo na tentativa de viabilizar a tão sonhada “terceira via”. Por enquanto, apenas as chapas proporcionais foram montadas. Para transformar seu sonho em realidade, o partido precisa de um candidato ao Senado Federal e outro para o Palácio de Karnak. “Pessoinha”, filho de Pessoa, presidente da ETURB, que antes cuidava apenas de asfalto, mas com a última reforma administrativa virou um órgão de múltiplas funções e são tantas que é necessário inclusive mudar o nome porque ETURB é coisa do passado, sonhava em concorrer nestas eleições. Tentou disputar uma vaga para a Assembleia Legislativa, Jeová Alencar disse “não”. Recuou, com ordem do pai e lançou uma dobradinha com o presidente da Câmara Municipal de Teresina, desta vez, concorrendo à Câmara Federal, puxou o freio de mão e deu marcha à ré.
Falando em chapa majoritária, não seria natural o próprio Dr. Pessoa se lançar candidato? Prefeito de Teresina, máquina na mão... Isso poderia até acontecer se ele estivesse, pelo menos, cumprindo parte dos compromissos assumidos em campanha. Mas seu capital eleitoral não foi suficiente nem para alavancar a candidatura do filho.
O vice-prefeito, Robert Rios, deixou a secretaria de Finanças e disse que está posicionado, esperando a orientação de Dr. Pessoa.
Por que até agora o nome de Robert Rios não foi lançado? A terceira via só pode existir, pelo menos no papel, com uma chapa majoritária.
Enquanto isso, ele vai afastando aliados que não aceitam participar do seu time e isso vai ter consequências logo após as eleições. Não é possibilidade, é consequência lógica.
ENTRE A CRUZ...
Suponhamos, porque só podemos supor, a realidade não nos permite mais do que isso, que Dr. Pessoa consiga um “milagre” e lance a terceira via. É natural do processo eleitoral, os embates contra Rafael Fonteles (PT) e Sílvio Mendes (UNIÃO BRASIL) e todos os partidos aliados destes candidatos. Feridas serão abertas e com o fracasso como destino, como ficará sua base de apoio no parlamento municipal depois?
... E A ESPADA
De tanto falar em terceira via, tornando o assunto uma verdadeira obsessão, o projeto tem que sair, caso contrário, será considerado um fracasso eleitoral e também trará consequências.
JÁ PENSARAM EM UM 2º TURNO?
Se Dr. Pessoa lança um candidato ao governo do Estado e é quase certo que o desempenho será decepcionante, caso a eleição seja decidida em um segundo turno, ele vai apoiar algum candidato? Alguém vai aceitar o apoio?
O AUTO-ENGANO
Segundo o professor Eduardo Giannette, autor do livro que trata do tema, este é um fenômeno que faz parte da vida humana. Destacamos dois trechos do livro que se encaixam bem nesta situação vivida por Dr. Pessoa.
“Mentimos para nós mesmos o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras de amor da pessoa amada, lembramos e esquecemos de acordo com novas convicções. Para nosso bem ou nossa ruína, o auto-engano permeia grande parte das opções e julgamentos que fazemos”.
“Eliminar falsas respostas é mais fácil do que enfrentar as verdadeiras questões. O que afinal sabemos sobre nós mesmos? A relação mais íntima, traiçoeira e definidora de um ser humano é a que ele trava consigo mesmo”.
UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL
Fica a dica de leitura para o Dr. Pessoa. Além de entender um fenômeno que faz parte da vida humana e ganha um terreno fértil na política, ele poderia, ao terminar o livro, está preparado para escolher o caminho certo.